De acordo com o Samkhya, um dos seis darshana, ou pontos de vista, do pensamento Hindu, o universo manifestado é o culminar de uma gigantesca sucessão de manifestações. Cada objecto de um universo contém na sua essência um outro objecto que se manifesta nele. Por exemplo, uma cadeira de madeira contém a árvore que lhe deu origem, árvore essa que contém na sua essência a semente que deu origem à árvore, etc. Quando se fala em objectos, não tem necessáriamente que ser objectos físicos, podem ser pensamentos, imagens, sons, emoções, sensações tácteis, cheiros, sabores...
Andando para trás nesta sucessão de manifestações, chegamos a um princípio comum a todos os objectos, princípio esse imortal e uno.
Muitas acções físicas são manifestações de algum pensamento. Neste sentido, muitos pensamentos são mais reais do que muitos actos, já que se encontram mais próximos do princípio imortal e uno. A imaginação de uma cadeira é mais real que essa cadeira, porque está antes da mesma.
Neste sentido, quando Heinzkarlo fala da Confraria Inominável, descreve objectos bem reais. Esta confraria é composta por músicos extraterrestres, extra-via-lácteos, mesmo, que se deslocam por este universo a tocar em diferentes planetas. Possuem uma panóplia imensa de instrumentos, organologia cósmica, por assim dizer, que lhes permite tocar em diferentes atmosferas. O zunir, por exemplo, é uma trompa que não produz qualquer som neste planeta, mas belos sons em exóticas atmosferas (por exemplo Betelgeuse 2). Outros instrumentos da Confraria Inominável têm nome, mas a estrutura vocal humana não permite a sua pronunciação.
Estes músicos induzem transes diversos nas diferentes raças que encontram, incluindo: transes de possessão, transes transcendentais, transes intergalácticos, distorções no espaço-tempo, projecções, mortes e ressureições, etc.
Os Confrades Inomináveis vivem no espaço-tempo sem os constrangimentos dos humanos, que só se deslocam livremente no espaço, e não no tempo. Isto tem a ver com a estrutura do cérebro humano, e a maneira como este apreende o espaço-tempo. A expressão espaço-tempo é muito aristotélica: na realidade, não é possível dissociar a consciência do espaço-tempo. Ora, a consciência dos Músicos Cósmicos permite-lhes deslocarem-se no tempo. Assim, passado e futuro, para eles, são como esquerda ou direita, fora ou dentro, para nós. Nisto eles são como os Trafalmadorianos, descritos e estudados por Kurt Vonnegut na obra-prima Slaughterhouse 5.
Eles interessam-se por nós porque nós somos os grandes explicadores, temos noções estranhas como a de livre arbítrio...eles não sabem o que é isso. Deslocam-se calmamente ao passado e o futuro, sabem tudo o que aconteceu e tudo o que vai acontecer...sabem como este universo acaba: o fim deste universo acontece quando os Trafalmadorianos experimentam um novo combustível. Um piloto de teste carrega num botão e este universo acaba (ver Slaughterhouse 5).
Quando vem tocar à Terra, a Confraria Inominável procura induzir nos humanos um transe de desbloqueio temporal, algo que nos faça viajar no tempo. Mas sabem que conhecer o futuro, para um humano, pode ser traumático. Assim, escolhem uma selecta audiência de gente iluminada. Siddhartha Gautama ouviu a sua bela música nas margens do Ganga. Alguns profetas não aguentaram os sons libertadores...basta ler o Apocalise. O homem passou-se! De facto, a estrutura do cérebro humano, nomeadamente a noção do eu, dificultam a integração de realidades futuras como a morte, ou sabermos que no futuro vamos ser carecas, ou racistas, ou do Benfica, ou alguma outra particularização cósmica.
Andando para trás nesta sucessão de manifestações, chegamos a um princípio comum a todos os objectos, princípio esse imortal e uno.
Muitas acções físicas são manifestações de algum pensamento. Neste sentido, muitos pensamentos são mais reais do que muitos actos, já que se encontram mais próximos do princípio imortal e uno. A imaginação de uma cadeira é mais real que essa cadeira, porque está antes da mesma.
Neste sentido, quando Heinzkarlo fala da Confraria Inominável, descreve objectos bem reais. Esta confraria é composta por músicos extraterrestres, extra-via-lácteos, mesmo, que se deslocam por este universo a tocar em diferentes planetas. Possuem uma panóplia imensa de instrumentos, organologia cósmica, por assim dizer, que lhes permite tocar em diferentes atmosferas. O zunir, por exemplo, é uma trompa que não produz qualquer som neste planeta, mas belos sons em exóticas atmosferas (por exemplo Betelgeuse 2). Outros instrumentos da Confraria Inominável têm nome, mas a estrutura vocal humana não permite a sua pronunciação.
Estes músicos induzem transes diversos nas diferentes raças que encontram, incluindo: transes de possessão, transes transcendentais, transes intergalácticos, distorções no espaço-tempo, projecções, mortes e ressureições, etc.
Os Confrades Inomináveis vivem no espaço-tempo sem os constrangimentos dos humanos, que só se deslocam livremente no espaço, e não no tempo. Isto tem a ver com a estrutura do cérebro humano, e a maneira como este apreende o espaço-tempo. A expressão espaço-tempo é muito aristotélica: na realidade, não é possível dissociar a consciência do espaço-tempo. Ora, a consciência dos Músicos Cósmicos permite-lhes deslocarem-se no tempo. Assim, passado e futuro, para eles, são como esquerda ou direita, fora ou dentro, para nós. Nisto eles são como os Trafalmadorianos, descritos e estudados por Kurt Vonnegut na obra-prima Slaughterhouse 5.
Eles interessam-se por nós porque nós somos os grandes explicadores, temos noções estranhas como a de livre arbítrio...eles não sabem o que é isso. Deslocam-se calmamente ao passado e o futuro, sabem tudo o que aconteceu e tudo o que vai acontecer...sabem como este universo acaba: o fim deste universo acontece quando os Trafalmadorianos experimentam um novo combustível. Um piloto de teste carrega num botão e este universo acaba (ver Slaughterhouse 5).
Quando vem tocar à Terra, a Confraria Inominável procura induzir nos humanos um transe de desbloqueio temporal, algo que nos faça viajar no tempo. Mas sabem que conhecer o futuro, para um humano, pode ser traumático. Assim, escolhem uma selecta audiência de gente iluminada. Siddhartha Gautama ouviu a sua bela música nas margens do Ganga. Alguns profetas não aguentaram os sons libertadores...basta ler o Apocalise. O homem passou-se! De facto, a estrutura do cérebro humano, nomeadamente a noção do eu, dificultam a integração de realidades futuras como a morte, ou sabermos que no futuro vamos ser carecas, ou racistas, ou do Benfica, ou alguma outra particularização cósmica.
1 comentário:
"Toma lá conchetes d'oiro
e aperta o teu coletinho:
Coração que é de nós dois
deve andar conchegadinho"
... será uma tentativa mais acessível para nos libertar do nosso conceito redutor de "eu"?
Enviar um comentário