Uma boa tarde, uma boa manhã.
O professor Bonga Brahms, do IST, teve o cuidado de me chamar a atenção para o facto de que o culto à deusa Astarte existiu, comprovadamente, em Cartago. Foi adorada em conjunto com a deusa Tanit. Agradeço ao prof. Brahms.
Outra imagem pseudo-mediúnica que por vezes ocorre é a de músicos vestidos de branco, com turbantes brancos, a tocar raita, ou tebel, em vários pontos de uma escarpa. Como é que eles subiram para cada ponto não sei. Seriam cerca de 20 músicos, a uma distância mínima de 5 metros entre si, tocando uma obra extremamente complexa, a nível melódico e rítmico, e dispostos verticalmente num precipício com cerca de 20 metros de altura. Aparentemente, tocam para algum convidado, gordo e importante. Quem conhecer a obra Hamza oua Hamzin (55 em árabe) dos mestres músicos de Jajouka, terá uma ideia da obra tocada nesta visão.
O nome Hamza oua Hamzin tem a ver com o facto de haver um loop rítmico com o valor de 55 semínimas, é como se fosse um compasso de 55 por 4. Nesta ordem de idéias, a obra tocada na escarpa teria o nome 237. Alguém sabe dizer 237 em árabe?
A propósito da bela espacialidade da obra 237, gostaria de lembrar que o compositor Mathias Spahlinger tem uma obra, de seu nome Furioso, em que os músicos tocam como se entrassem e saissem do palco num carrinho com rodas (um carrinho por músico), isto a nível da dinâmica. Era interessante uma obra em que os músicos se deslocassem no espaço a três dimensões. Neste sentido vale a pena ouvir concertos no Acusmonium em Paris, onde os sons são projectados a 3 dimensões. Ou pelo menos vale a pena pensar nisso!
Um abraço, em Tanit
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
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4 comentários:
Mia'a oua Talatin oua Saba'a fica bem ... talvez ficasse melhor em maiusculas MIA'A TALATIN SABA'A mas penso que será melhor consultar Heinz. Acredita-se que Astarte teria o gosto pela maiúscula, não sei.
Beijos e abraços
Mirandola
De acordo com o grande filósofo Populi que nos diz "a pressa é inimiga da perfeição" venho corrigir a minha informação. O nome da composição deveria ser Itnamia'a oua talatin oua Saba'a. Assim ponho a culpa em Vox Populi, uma vez que a nossa natureza nos compele a sistematicamente atribuír a culpa a outros.
A maiúscula continua, após uma noite de sono reparador, a parecer uma boa ideia.
Saudações
Mirandola
Em Marrocos 37 diz-se Saba'a oua talatin. Será que 237 é Itnamia'a oua saba'a oua talatin?
Curiosamente, o meu amplificador da guitarra eléctrica é um Vox. Infelizmente, não é Populi...
Beijinhos
Karl
Espero bem que sim porque os tt no fim dão um melhor ritmo ao conjunto. Se o teu amplificador fosse Populi era chato porque tocava sempre o mesmo, o estudável, o predicto; melhor assim.
cruzinhas e bofetadinhas
Mirandola
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