O erro no título está na palavra Gsid, devia ser Gris. Claro, Dr. John. Gris Gris Gumbo Ya Ya. Já ouviram? Beleza total. Dançável em serenidade. Estou com sono e tenho uma mão a apertar o exó-fago. Exó-fago é aquele que come o exotérico. Ugh! Trocadilhos de pacotilha. Como dizia, estou com sono e pouca energia, e Gris Gris Gumbo Ya Ya é como uma mãe que nos embala no nosso sono, é muito bom.
Agora já é o Monk Monk's Mood, a oração de Coltrane, discípulo aqui, mas mestre. E já me sinto mais bem disposto, pelo menos a semana que vem já começa a ganhar forma na minha cachola. Em relação ao erro Gsid, fez-me lembrar Syd Barrett, e micofilias diversas.
O grande músico Cornette Holeman esteve em Veneza (palácio Gatti) onde, com o seu quarteto mais recente, musicou o ritual de Iniciação/Expulsão do nível XXIII da A.A. ou Illuminatus, ou Refluxus, ou Eris, ou o que quiserem, onde, entre outros notáveis, estava presente Aleph Trance, que liderou o Combóio Mágico que deu algumas voltas à sala de audiências aonde Claudio Merulo inventou as suas Invenções, no órgão que ainda lá se encontra (não há caruncho em Veneza). Heinzkarlo soube que Ali Hassan também lá estave, e outros directores de corporações mais ou menos Illumináticas no seu funcionamento.
Morreu Mauricio Kagel e o mundo ficou ainda mais pobre do que já estava. Estamos a chegar ao lado direito da Gaussiana da música erudita escrita actual. Embora proliferem as instituições dedicadas à música contemporânea pelo Ocidente, a realidade é que é muito pouca a música escrita que não é funcional, ou seja, é rara a música que não é um exercício intelectual feito com o objectivo de obter uma bolsa. Os grandes desapareceram. Stockhausen, Ligeti, Xenakis, Berio, Nono, e agora Kagel...eles não compunham para obter uma bolsa. As bolsas existem por causa do trabalho que eles fizeram nos anos 50, 60, 70...a música não tem objectivos burocráticos, é feita para se ouvir. Há que saber ouvir, claro...em resumo: poucos são os compositores actuais de interesse, e de qualquer forma a este imbecil local à beira-mar plantado, sim, plantado porque se trata de uma planta, um vegetal, a este burgo, digo, a música de jeito não chega. Contudo, na santa terrinha a "música Contemporânea" existe...mas ninguém percebe nada: ninguém sabe se é bom se é mau, se um gajo toca um quarto de tom acima, vulgo desafina, ninguém se apercebe, não há qualquer nesga de apreciação musical, e pensando bem, ainda bem...porque se começarem a "ensinar" nas escolas a apreciação musical então é que vai ser o descalabro. Já estou a ver algum totó empertigado, gordo e com uma camisola de lã castanha com as golas a sair azuis, com um ar de quem tem um tubo enfiado no cú, um merdoso, portanto, a dizer às criancinhas o que é que hão de gostar...o professor é um ignorante musical e lá no fundo sabe-o, mas recalca, só que a sua frustação vem ao de cima em comportamentos fascizantes de cariz sexualizante (ele baba pelos cantos da boca quando mostra discos do Vim Merdens às alunas boas) e assim cria uma geração de pessoas horripiladas e desconhecedoras...a vida é bela! Agora junto Euro e vou ver concertos a Bruxelas. Crrrrrr! Para quê observar a Orquestra Metropolitana a massacrar alegremente tudo e mais? Eles tocam tudo: ele é Wagner na segunda, Mahler na terça, Stockhausen na quarta (com bois a rodar potenciómetros para a esquerda e a direita), anona de Beethoven na quinta, e na sexta Luis Re-presas (sinfonia "Bolacha" em fuck Menor) e depois vamos todos para o Lux abanar o capacete e tentar seduzir a gaja do fagote!
Agora Thelonious toca Bye-Ya e assim me despeço até a la proxaine: Bye-Ya!